domingo, 8 de janeiro de 2017

Trampolim

À margem do trampolim, ou você pula ou desiste de vez. Não dá para rodear a piscina, molhar o pé na água para checar a temperatura, se pendurar na escadinha e não passar do primeiro degrau. A dor do impacto na água é seguida pelo prazer da refrescância. A dor da frustração não tem consolo. É calor nas faces que só a lágrima alivia – em parte: a lágrima morna do meio termo não vale as gotas de alegria que escorrem pela pele molhada, sedenta de vivências. Então, ou você pula de vez ou libera o trampolim.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Convite

Vamos parar de protelar a felicidade. De atrelá-la a uma pessoa, a um momento, a uma circunstância qualquer. “Se”, “quando”, “um dia”, “quem sabe”, “talvez”, “depois”. A felicidade não é dependente, ela tem o espírito livre que nasce no interior do sujeito e se projeta para fora. Ela acontece no aqui e agora, na rotina banal, nos pequenos prazeres. Felicidade não é fuga, é realidade. Não é exceção, é regra. Vamos parar de protelar a felicidade que já vive em nós, desenterrá-la, libertá-la dessa prisão chamada medo. Vamos?

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Às vezes


Às vezes o silêncio grita. E o grito silencia. Às vezes a sanidade enlouquece. E a loucura cura. Às vezes o amor odeia. E o ódio é apaixonado. Às vezes o infinito acaba. E o efêmero permanece. Às vezes a companhia cansa. E a solidão é a melhor companheira. Às vezes... Só às vezes. O mundo parece virar do avesso. E tudo se encaixa.